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Psyké

Universitária

Uma Análise e Busca por Qualidade de Vida

Por Bárbara de Alencar, Beatriz Beltrão, Guilherme Candido e Jayne Régia

egundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é um problema global que atinge cerca de 5,8% da população Brasileira, cerca de 11,5 milhões de pessoas. Já os distúrbios que têm relação com a ansiedade atingem 9,3% (18,6 milhões). Em todo o planeta, o número de pessoas acometidas com esse problema chega 322 milhões, o que equivale a cerca de 4,2% da população mundial.

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Segundo o relatório “Depression and other common mental disorders: global health estimates” Depressão e outros transtornos mentais: estimativas globais em saúde, divulgado em 2017 pela OMS, o número de pessoas que convive com a depressão aumentou 18% entre 2005 e 2015. O Brasil está em 5° lugar no ranking de países com as maiores taxas de depressão, ficando atrás apenas de Ucrânia (6,3%); Austrália (5,9%); Estônia (5,9%) e Estados Unidos (5,9%).
Baseados nesses dados e no nosso dia a dia, decidimos ir atrás de mais informações sobre saúde mental no meio acadêmico para ajudar os estudantes de graduação a ter uma melhor qualidade de vida. Acreditamos que é necessário o conhecimento para controle das doenças que afetam nosso corpo físico e a nossa vida emocional.
Esperamos que este site proporcione a todos informações, conhecimento e orientações para a prática de uma vida melhor e mais saudável. Sejam bem vindos!

Introdução
O suporte da psicologia
Video Psique
Problemas Psicológicos na Universidade: Gatilho ou Causa?

Problemas Psicológicos na Universidade: Gatilho ou Causa?

Pesquisa: problemas psicológicos

são causados pela universidade?

Foi realizada uma pesquisa com 10 perguntas sobre problemas psicológicos com estudantes das universidades da região do Cariri. As perguntas da pesquisa buscavam entender se a vida universitária seria um gatilho para o desenvolvimento de algum tipo de transtorno psicológico. Com base na pesquisa as mulheres foram as que mais responderam o questionário, com cerca de 58,6%, seguida pelos homens com 40,1%. Também responderam a pesquisa um queer e uma homem trans.

Em uma análise das 150 resposta coletadas no questionário foi possível notar 79 (52,7%) dos estudantes ingressam na universidade sem ter nem um tipo de transtorno psicológico. Enquanto 71 (47,3%) dos respondentes já entraram com algum tipo de transtorno psicológico.

Dessas 150 respostas coletadas, 119 (79,3%) das respostas colhidas mostraram que a universidade foi responsável por potencializar ou desenvolver algum tipo de problema psicológico. Dentre os problemas mais comuns, respondidos no questionário pelos universitários, destaca-se a ansiedade, depressão e a crise do pânico. 

A pesquisa ainda revelou que 56% dos Universitários respondentes não procuraram nem um tipo de atendimento psicológico. A falta de um acompanhamento por gerar um agravamento no quadro dos estudantes, segundo a psicóloga da UFCA, Yane Ferreira a falta de acompanhamento psicológico pode influenciar no rendimento do estudante: “A falta desse acompanhamento afeta tanto a curto prazo no rendimento acadêmico, fazendo o estudante perder disciplinas e também, em alguns casos, um elevado sofrimento que poderia ser minimizado” - disse.

Em entrevista a nossa equipe um dos alunos nos relatou sobre as dificuldades em enfrentar a ansiedade, ele pediu para que a nossa equipe não o identificasse, então decidimos chamar ele de Otto, de 21 anos e atualmente cursando Direito na Universidade Regional do Cariri (Urca), comentou como se sente com a ansiedade: “A ansiedade pode ser considerada também um estado emocional frente a um futuro incerto no qual o indivíduo se sente indefeso, em um futuro tão incerto quanto um curso superior frente ao estado atual do país, a ansiedade tem me comprometido causando insônia e estafa -fadiga- mental’ - afirma. E completa comentando como faz para evitar esse problema: “Então, assim que percebo que estou ficando ansioso, respiro fundo para me acalmar e vou trabalhando, em paralelo, a minha autoconfiança” - completa.

Esses problemas influenciam diretamente nas atividades universitárias e também na vida pessoal dos alunos, seguindo a pesquisa realizada pela nossa equipe, esses problemas interferem em período de provas, na apresentação de trabalhos, na atuação nas bolsas das universidades e também nos relacionamentos familiares e amorosos dos estudantes. Veja abaixo os dados coletados pela pesquisa: 

No ano de 2017 os estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) se organizam e cobram mais atenção à saúde mental na instituição. O movimento começou a ganhar forçar nas redes sociais, Facebook e Twitter, por meio de uma hashtag desenvolvida pelos universitários, que é “Não é normal UFV”. A partir de algumas postagens iniciais, outros estudantes começaram começaram se aderir ao movimento, relatando situações que passaram dentro da instituição e também denunciar abusos sofridos dentro do âmbito universitário.

A evolução da depressão

ao longo dos séculos

A depressão, antes de ter esse nome ela foi chamada por Hipócrates de melancolia, ela é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente e produz alterações de humor, tristeza profunda, que se entrelaça ao desenvolvimento de sentimentos como dor, baixa autoestima, distúrbios do sono e do apetite.

Segundo a OMS a cerca de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. Ela é também dividida em três grupos: leves, moderados e grave, é preciso levar em consideração que cada pessoa é diferente e pode apresentar uma duração de tempo diferente. Ela pode ser causada tanto por fatores genéticos, mas também pode ser causada por estresse físico e mental, consumo de drogas lícitas e ilícitas e também pelo consumo de certos tipos de medicamento.

Os sintomas mais comuns são culpa excessiva, alterações de peso (ganho ou perda), ideias suicidas, falta de concentração, distúrbio de sono (insônia ou sonolência) dentre outros. Ao longo dos séculos a depressão passou por várias visões desde gregos a pensadores contemporâneos como Freud. Veja a seguir uma linha do tempo que mostra a evolução do pensamento sobre a depressão.

Atendimento psicológico na

Universidade Federal do Cariri

A Universidade Federal do Cariri (UFCA) por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) disponibiliza atendimentos psicológicos individuais e coletivos para os seus alunos e os encontros com a psicóloga da universidade são marcados por e-mail. Ao final de cada é divulgada uma Relatoria da Gestão da Prae com a quantidade de atendimentos realizados no ano.

Com base nesses dados divulgados pela Prae, no ano de 2018 foram realizados 280 atendimentos no primeiro semestre do ano, já no segundo os números subiram para 315, totalizando 595 atendimentos. Em 2017 o número de atendimentos totalizou 500 durante o ano, a procura de atendimento psicológico entre esses dois anos cresceu 19%.

Os cursos da UFCA que mais procuram atendimento psicológico são os que possuem maior número de estudantes, no caso, Medicina e Engenharia Civil. Em 2017 foram realizados 42 atendimentos para alunos de Medicina e 30 aos alunos de Engenharia Civil. Já em 2018, esses números subiram, a procura por atendimento psicológico no curso de Medicina quase triplicou e no Curso de Engenharia Civil não foi diferente, os número mais que dobraram!

O número de atendimentos psicológicos está ligado diretamente à quantidade de cursos nos campi. O campus de Juazeiro do Norte detêm a maior parte dos cursos de graduação da instituição e, consequentemente, é o campus com a maior taxa de atendimentos sendo realizados diariamente, seguido pelos campus de Barbalha (Campus de Medicina) e o Crato (Campus de Agronomia).

Os dados também demonstram que a mulheres procuram mais o auxílio psicológico do que os homens em quase todos os cursos da UFCA, isso de 2017. A pergunta que fica é “Por que as mulheres procuram mais o atendimento?”, segundo a Psicóloga da UFCA, Yane Ferreria, “As mulheres têm uma sensibilidade maior e culturalmente isso é mais aceito que elas procurem serviços de saúde, seja saúde mental ou de preservação de adoecimentos é mais tolerado e muitas vezes fortalecido e estimulado” - disse. Ela ainda falou sobre o porquê dos atendimentos masculinos serem baixos ““A cultura  de que o homem não pode ser frágil, não pode ter um cuidado (...) eles ainda vêem isso como algo que não lhe cabe e quando buscam o serviço de saúde no geral, fazem isso quando a situação está muito agravada” - contou.

Além do atendimento psicológico a UFCA ainda disponibiliza atendimento psicopedagógico. esse atendimento está priorizado para os alunos que tem bolsas e auxílios da Prae. Mas também é possível, mediante agendamento, o atendimento para os demais estudantes da universidade, nesse atendimento a pedagoga busca auxiliar os estudantes a desenvolver  ritmo e cronogramas de estudos.

Os atendimentos tanto com a psicologa quanto com a psicopedagoga que forem marcados pelos estudantes da instituição, tem que ser cumpridos, a psicologa Yane Ferreira comentou que quando um estudante marca e não vai realizar o atendimento acaba tomando a vaga de outro estudante que poderia está precisando da sua ajuda naquele momento. Caso o estudante não tenha como comparecer ao agendamento, basta informar pelo mesmo e-mail que ele realizou o agendamento.

Depoimentos

Foram entrevistados dois alunos da UFCA que relataram seus problemas psicológicos e como a universidade potencializou isso. Eles pediram que não fossem identificados, portanto usamos Rafael e Leandro como pseudônimos.

Rafael tem 21 anos e cursa o sexto semestre de medicina na UFCA. Ele falou sobre sua ansiedade generalizada, como a entrada na universidade afetou seu problema e qual o papel da universidade nisso.

Entrevista - Rafael
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Leandro também tem 21 anos e cursa o sexto semestre de música na UFCA. Ele falou sobre seus problemas com síndrome do pânico na infância, síndrome de ansiedade, e início de depressão. Além disso, frisa as dificuldades enfrentadas no cotidiano universitário, o que ele precisou abrir mão por conta disso e a necessidade de que sejam realizadas palestras dentro do horário de aulas para que tenha mais alcance de alunos.

Entrevista - Leandro
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Resultado de Atendimentos dentro da UFCA
A evolução da depressão ao longo dos séculos
Atendimentos psicológico na universiade federal do cariri (UFCA)
Depoimenos

Transtornos de ansiedade e depressão na visão da Nutrição 

Estes problemas de saúde são desequilíbrios que têm acometido, nos dias atuais, uma parcela cada vez maior da população mundial. Hoje se sabe, através de vários estudos científicos, que estes podem ser prevenidos ou minimizados dependendo do tipo de alimentação e do estilo de vida adotados. Tem-se observado que o padrão alimentar escolhido pode ser favorável à melhora desses distúrbios ou potencializar os seus sintomas.

Uma alimentação rica em alimentos naturais, frescos e variada, com o mínimo de alimentos industrializados possível, vai fornecer nutrientes importantes para a integridade e bom funcionamento do sistema nervoso central (SNC), contribuindo de forma positiva para os transtornos de ansiedade e depressão.

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Alana Monteiro


Nutricionista

Graduada pela Universidade Federal do Pernambuco(UFPE) e pós-graduanda em Nutrição Clínica Funcional 

É importante lembrar que devemos dar uma atenção especial ao nosso intestino, pois manter este orgão em equilíbrio este órgão é também de grande importância para o funcionamento normal do sistema nervoso central (SNC). Para isto, muitas pesquisas têm demonstrado a importância de incluir na alimentação diária, prebióticos (alimentos para as bactérias benéficas que vivem no intestino humano), como: cenoura, tomate, cebola, rabanete, alho, etc., e probióticos (são as boas bactérias vivas que reabastecem o nosso intestino) que podem ser encontrados em alimentos fermentados, como bebidas lácteas fermentadas (iogurte, kefir de leite) e vegetais fermentados .

Há uma grande variedade de alimentos que podem desempenhar uma função relevante na prevenção e redução dos sintomas dos transtornos de ansiedade e depressão. São exemplos de ótimos alimentos:

3 cups

Flour

Oleaginosas (amêndoas, castanhas e nozes)

Folhas verde escuras (couve folha, espinafre, rúcula e brócolis)

Sementes(linhaça, chia, semente de abóbora e semente girassol)

Alimentos ricos em ômega 3(peixes de água gelada: salmão, atum e sardinha)

Leguminosas (feijão, lentilhas e grão-de-bico)

Chás de camomila, melissa, mulungu e maracujá (para ansiedade)

Frutas, legumes, vegetais, grãos integrais e azeite de oliva

Nutrição

Como também tem alimentos que devem ser evitados:

3 cups

Flour

Fast-food

Alimentos industrializados (processados) e que contenham açúcar

Alimentos que contem cafeína como café, chás mate, preto e verde

Bebidas alcóolicas

Para se ter um melhor aproveitamento dos benefícios da boa alimentação, devemos associar o consumo destes alimentos à prática de exercícios físicos e a redução do consumo de bebida alcoólica.

      

Mudar hábitos alimentares é essencial para a sua saúde. Cada pessoa é um ser único. Por isso, para um ajuste na sua alimentação através de um plano alimentar que respeite a sua individualidade, procure um Nutricionista.

Dicas da redação

Você já teve aquela sensação de solidão mesmo estando rodeado por pessoas? De expressar várias vezes que determinadas atitudes te incomodam e sempre ter alguém ali para desacreditar em sua palavra?  De você ter mostrado o que sente para alguém e essa pessoa só entender e aceitar aquilo que a convém? De falar sobre suas inseguranças e angústias e aqueles a quem mais você ama anularem tudo aquilo que você falou? Essas situações não são uma novidade para quem vive algum transtorno psicológico. Mesmo que, incansavelmente, os meios de comunicação falem a respeito e mesmo que existam milhares de casos de suicídios, o desacreditamento das pessoas para com alguém com transtorno psicológico é proporcional a quantidade de pessoas que tem um. 

 

Assim, toda pessoa com algum desequilíbrio carrega consigo o medo do que as outras pessoas vão pensar. O mundo é tão hostil que na primeira chance de abrir a boca e tentar explicar o que se sente, a pessoa é bombardeada por julgamentos e preconceitos, silenciada, reprimida e obrigada a fingir que nada está acontecendo.  Daí começa a rotina de acordar e estampar felicidade no rosto enquanto o mundo desaba por dentro, chegar em casa deitar na cama, chorar e lembrar que no outro dia teria que colocar a máscara novamente.

Essa é uma parte muito difícil, quando você se vê debilitado o suficiente ao ponto de deixar de ter total dependência da sua vida e passar a precisar de terceiros para lhe ajudar. Talvez essa seja uma das piores partes para quem antes tinha condições de ir e vir, mas lembre-se que existem pessoas específicas em sua vida estão lá por você, e independente de quanto tempo leve, sempre estarão lá para te apoiar e te ajudar porque simplesmente amam você. Então aceite essa ajuda. 

 

Cada pessoa carrega sua individualidade, tente se entender, olhe para si sem julgamentos, sua saúde mental e física são suas prioridades. Cuide de si, procure um profissional. Você é importante.

Dicas d Redação
O suporte da psicologia

Maria Madalena Maia Cordeiro é graduada em psicologia e trabalha com pessoas que precisam de auxílio para quadros de transtornos comportamentais e emocionais, problemas de relacionamento, baixa autoestima, falta de habilidades sociais, entre outros, por meio das terapias de Gestalt e Humanista. Ao entrevistá-la, Madalena afirmou que os jovens chegam ao seu consultório com queixas difusas, episódios de tristeza, ansiedade, euforia. No geral, são sintomas indefinidos, porém, quando se soma todas as queixas, o quadro que mais chega em sua clínica é o de transtorno de ansiedade. 

“Não foi o ambiente universitário que adoeceu os jovens, e sim, o fato dele já ter uma predisposição, pois, a doença mental é multifatorial, não é apenas o ambiente que o adoece e sim uma questão genética. Nessa fase, jovens adultos, é onde a maioria das doenças mentais se desencadeiam, então coincide justamente com o período de ingresso na universidade, portanto esse ambiente potencializa um predisposição já existente.”, afirma Madalena. Ela também discorre sobre como a universidade em si não é tóxica, torna-se na medida em que não acolhe o estudante com o cuidado que a idade requer, além de abrir as portas para universos potencializadores do adoecimento, como: a falta de tempo para manter relações interpessoais, a quantidade de conteúdo para estudar, a privação do sono, as responsabilidades que aumentam com o passar do tempo, a má alimentação, professores que oprimem os estudantes, entre outros. 

Para que o problema de saúde mental seja resolvido é necessário que haja política de acolhimento, um esforço de toda sociedade, além do esclarecimento do que é a doença mental, em que fase ela surge e quem está mais propenso. A universidade necessita desse espaço de informação e integração, pois se a ansiedade for trabalhada precocemente, o adolescente pode ressinificá-la e seguir sua vida normal.  Para ela, é necessário quebrar o tabu da loucura e encarar que doenças mentais são doenças como quaisquer outras e precisam ser reconhecidas e tratadas. 

Graduada em Psicologia pela Universidade Estácio De Sá, com ênfase em Psicologia Clínica. Possui graduação em Geografia - Bacharelado pela Universidade Federal Do Ceará (2004) e graduação em Geografia - Licenciatura pela Universidade Federal Do Ceará (1998). Tem experiência em Psicologia Clínica, e na área de ensino.

Não foi o ambiente universitário que adoeceu os jovens, e sim, fato dele já ter uma predisposição, pois, a doença mental é multifatorial, não é apenas o ambiente que o adoece e sim uma questão genética."

Madelana Maia

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